Diz um ditado popular que só damos valor às coisas quando as perdemos. Acho que nem sempre se processa desse jeito (palavra só), mas parece ser verdade que quando estamos diante de uma situação que pode incluir perda, passamos a valorizar o que até ontem passava despercebido (ou não tanto valorizado).
A vida passa e muitas vezes não damos conta do que realmente tem valor. A rotina nos engole, dias vão, dias vem e de repente, percebemos alguma coisa indo pelos dedos, fugindo de nossas mãos, como se alguma coisa ruim fosse acontecer e nada podemos fazer para reverter o processo.
Quando conseguimos detectar o aproximar da situação, temos tempo de pensar, reavaliar e revalidar, não sem antes o mergulho necessário do "onde foi que eu errei?". Sim, pois somos todos responsáveis! Depositar a culpa no outro (ou nos outros) e isentar-se da situação não é tão somente imaturo quanto contraproducente. Nada do que nos envolve pode nos deixar de fora. Parece óbvio, mas quantas vezes fugimos de situações para, dando uma de desentendidos, sair de vítima das circunstâncias? É este o momento de os demais envolvidos na situação imporem-se e mostrar o que realmente está em jogo. É necessário esse choque de realidade para assim perceber se vale a pena continuar, prosseguir ou se é melhor sair de cena. Quando a conclusão é fruto de uma interpretação pensada, todos saem ganhando. O que não se pode e não se deve é insistir em uma situação que só está trazendo insatisfação e sofrimento. Temos mais o que ganhar na vida; mesmo que esses ganhos também contemplem perdas. Estas muitas vezes fazem parte!