segunda-feira, 20 de junho de 2016

"Se Quiseres Suportar a Vida, Fica Pronto para Aceitar a Morte." Sigmund Freud.


Tema tabu em nosso círculo, porém mais presente do que qualquer outro, a morte sempre suscitou reflexões. Assim como a vida, ela é o único fenômeno que nos une; situação pela qual todos nós passaremos um dia. 
Para começar vale lembrar que, na melhor das hipóteses viveremos bem... Na melhor das hipóteses seremos felizes...
Todos nós morreremos um dia; todos nós teremos que lidar um dia, não com a ideia de morte, mas com a morte em si! A nossa, em um dado momento (caso não desapareçamos rápido em um acidente), ou de alguém querido.
Lidamos com a morte todos os dias; vivendo em grandes cidades, é só ligar a televisão e ver/ouvir que alguém se foi; violência e doenças fatais são a pauta de todos os dias.
Mas, o que fazer, como lidar com a morte de alguém próximo? Como encarar o fato irrefutável que você está perdendo alguém importante para si?
Como mãe de quatro caras a quem amo muito, sempre desejei com todas as minhas forças, partir antes deles! Que nunca eu precise passar pelo infortúnio de perder meus filhos! Mas, sempre precederemos alguém. Poderão ser nossos pais, amigos, mestres, pessoas a quem admiramos.
A vida não é um playground onde nos divertiremos sempre como se não houvesse nela dor. A vida é feita de adversidades. A vida é, paradoxalmente, também feita de morte!
Vinícius de Moraes, um dia, sabiamente percebeu que "a morte é a angústia de quem vive"! Sim, todos nós, por mais preparados que nos julguemos ser, nunca estaremos suficientemente 'zens' diante da morte. Algumas pessoas dispõem de paliativos, como algo que chamamos fé, religião, mas acho que o que nos ajuda a lidar com a morte é a vida!
A vida, mesmo cheia de dúvidas, de trabalho, de angústias, de traições, de dificuldades, se sobrepõe à morte! Sempre penso que se todos um dia vamos morrer, o que fará a diferença é a vida! Nosso fim é a morte, nossa vida é que pautará a forma como encararemos o fim. Para nós e para os que amamos.
Que confortador, ao chegar ao fim, percebermos que nós ou nossos queridos, tivemos uma vida que valeu a pena ser vivida! Que maravilhoso confirmar que conseguimos passar e deixar um rastro de algo imaterial: sentimentos, alegrias, leveza, troca, ajuda! Que inteligente reconhecer quais são os mais valiosos itens da herança que fica. Nada podemos fazer diante do inevitável que se aproxima! O que poderíamos ter feito já deveríamos ter feito. A vida acontece a todo momento, nunca devemos adiá-la, pois não sabemos o exato momento de seu fim.