segunda-feira, 27 de julho de 2015

Falsa Imagem



Quem nunca ouviu falar no ditado 'as aparências enganam'?
Existem pessoas que parecem viver em um mundo paralelo, em uma eterna fantasia construída por elas e que as levam a dimensionar um mundo extremamente particular, interno e neurótico. Mundo este onde elas criam as regras e comandam o jogo. Essas pessoas pensam que 'trocam' em sociedade com outros indivíduos, porém, como vivem em um mundo falso, em uma falácia, não há troca de nenhuma espécie.
Porque existem pessoas que vivem assim? O que elas buscam? Será que têm consciência do que esse eterno teatro representa em suas vidas?
Quem precisa falsear uma imagem não está emocionalmente nada bem. Quem vive de aparências, esconde-se de si mesmo, vive na mentira. Pessoas assim sofrem de baixa auto-estima caracterizada pela necessidade de agradar. Quando temos uma personalidade bem construída, a auto-estima em nível confortável, pouco importa a opinião dos outros acerca de nossa vida. Se as pessoas sentem que precisam demonstrar um modo de funcionamento na vida exterior, é porque o interior não está fluindo normal, a contento. 
O que se demonstra hoje está muito em evidência. Há que se ter um certo equilíbrio a fim de não valorizar excessivamente a exposição para não causar conflitos ao eu. Hoje vivemos em um mundo absurdamente visual, o interior parece estar sendo menos valorizado pelas pessoas. Esse distanciamento certamente nos afastará de nossas verdades, pois enquanto nos preocupamos em demonstrar algo, nos perdemos em nós mesmos.
Em níveis mais graves, viver de aparência pode se transformar em um distúrbio, quando inicia-se uma confusão entre o verdadeiro eu e o falso, o apresentado aos demais.
As únicas pessoas que vivem felizes com as aparências são os atores. Estes sim, quanto mais conseguirem representar papéis variados, mais sucesso significa que eles terão; quanto mais versáteis nas aparências, melhores os resultados de seus trabalhos.
Na vida, é diferente. Quanto mais falsas são as pessoas, quanto mais elas viverem de aparências, mais infelizes serão; quanto mais se importarem com a opinião alheia, mais hipócritas funcionarão, pois terão que, desmedidamente criar personagens fictícios para agir conforme o que elas acham que lhes estão sendo exigidos no momento.
Viver de aparências custa caro. Não um custo financeiro, mas sim um enorme custo emocional. A vida é curta, é um sopro. Rápido acumulamos anos, rápido envelhecemos. Questione-se se vale a pena utilizar esses anos com meias-verdades, com personagens inventados, com tantas máscaras. Admita suas fraquezas, suas insatisfações. Encare suas frustrações. Trabalhe-as! Supere-as! Seja você mesmo! Com a dor e a delícia de ser o que é! (Parafraseando Caetano Veloso).