A impressão que tenho é que hoje vivemos em um ritmo ultra acelerado, onde o tempo nos faz avançar mais e mais em direção ao que temos, queremos e às vezes até o que não queremos fazer.
A administração de nosso tempo é um constante desafio, já que temos que viver em vários espaços, com várias pessoas, em diferentes situações.
Como otimizar o tempo a fim de que nós mesmos não façamos ele nos trair, nos prejudicar, nos fazer sentir como se fôssemos seus reféns e ele, senhor absoluto de todas as coisas, de nossa vida?
A primeira grande atitude nesta direção é conseguirmos observar como estamos utilizando nosso tempo. Ele 'trabalha' à nosso favor ou contra nós? Como equilibramos o tempo dispensado às atividades formais da vida (estudo, trabalho, sono, cuidados pessoais, deslocamentos) e o tempo dispensado a nosso prazer, nosso contentamento, nosso investimento pessoal em atividades que nos acrescentam de forma subjetiva (o que gostamos de fazer)?
Muitas vezes o 'automático' é ligado e caímos na cilada de viver um dia atrás do outro, como se participássemos de uma 'linha de produção' de uma fábrica chamada vida! As perdas só serão constatadas mais tarde, quando esse tempo transcorrido no 'automático' tiver avançado. Quando envelhecermos, quando olharmos para trás e constatarmos quanto tempo empreendemos e perdemos nas atividades automáticas e quanto tempo deixamos de viver com o que nos traria prazer e contentamento.
As perdas de nosso tempo útil comprometem o total do tempo que dispomos para tudo e como nosso tempo de vida é limitado, seria interessante começar a viver o que realmente interessa hoje, se possível agora.
O tempo é gratuito mas, por ser limitado, é valioso. Momentos preciosos são sempre bem vindos, pois alimentam nossa existência fazendo nossa 'passagem' aqui, na vida, valer à pena. Frações de segundos que nos envolvemos em situações felizes, fragmentos de momentos que dividimos com aqueles que amamos, tempo empregado em leituras prazerosas e nem sempre fáceis, quando nos debruçamos a estudar algo complexo, que temos a impressão de que para 'captar' de forma 'fechada' precisaríamos extrapolar o tempo de nossa existência atual. Todas essas situações corroboram e dão sentido ao tempo em que vivemos. E viva a vida! Vamos fazer valer o tempo do aqui agora e o tempo que nos resta.