Ousadia, audácia. Essas são as características necessárias para promover mudanças na vida.
Desde a infância, o ser humano precisa se assegurar de determinadas condições para viver bem, mas, paradoxalmente, na vida adulta, é a capacidade de se reinventar, de sair da mesmice, do engessamento, que produz as melhores sensações de encontrar-se vivo e em atividade!
Construímos as rotinas para tornar a vida mais prática, funcional, mas muitas vezes somos engolidos por elas; traçamos trilhas conhecidas para ter uma maior sensação de segurança, mas somos pegos de surpresa pelos acasos. Na vida nada é permanente; nossa ilusão de controle sobre ela, muitas vezes nos faz pensar na imutabilidade das coisas mas de repente, quando no exterior está tudo arrumadinho, vem o interior e incomoda.
A sensação de que tudo está bem definido é substituída por um turbilhão de desconfortos internos que impulsionam às mudanças. Por esta razão se escuta falar em crises: crise da adolescência, crise da meia-idade, crise da velhice etc... Todas essas 'crises' não passam de condições normativas na vida das pessoas. Devemos achar negativo quando elas não se instalam, pois aí sim, é sinal de que a vida está passando em branco.
Quem nunca, em nenhum momento pensou em romper com tudo? Implementar uma mudança radical? Passar para um outro nível?
Quem nunca se sentiu incomodado com a monotonia dos dias comuns, com o status de vida que permanece inalterado?
Mudar requer sobretudo coragem! Principalmente porque nunca sabemos os riscos implicados na mudança. Porém, quando a vida dá sinais de que não está bem, quando a pessoa encontra-se em estado de dessintonia com si mesma, é hora de arriscar!
A vida, com sua imprevisibilidade, corrobora para esse passo seguinte. O entendimento é: 'como não temos mesmo, no final das contas, segurança completa dos resultados das nossas atitudes, das nossas empreitadas, em um cenário de descontentamento, é melhor arriscar uma mudança do que continuar infeliz. Essa atitude serve para vários aspectos da vida. No trabalho, em relacionamentos amorosos, nas amizades, etc.
Quanto mais tempo usamos para postergar esse enfrentamento, maior é o sofrimento envolvido e maior a sensação (muitas vezes falsa) de fragilidade. Nunca teremos certeza absoluta do efeito das nossas ações, por esta razão, em uma situação de insatisfação, vale a pena vestir-se das características mencionadas no início deste texto (ousadia e audácia) e seguir em frente! Sem medo de errar, desprovidos da falsa sensação de fragilidade e incompetência para gerir nossa (nova) vida.