sexta-feira, 15 de junho de 2018

Por Que Fiquei Só?


Ao iniciar meu dia, leio a declaração de uma mãe que me deixou a refletir. Ela relatava como sua filha estava 'murchando' a cada dia que se passava por conta da não realização de um sonho, que no caso envolvia questões profissionais, e a mesma, a mãe, poderia ajudá-la sem dificuldade, a realizá-lo porém  ainda estava 'pensando' se deveria fazê-lo ou não...
Detalhe importante: a mãe se debatia com a questão de tão somente financiar o sonho, não era patrocinar sem volta os investimentos que seriam feitos.
O que me chamou atenção nesse caso remete ao que vejo todos os dias, de maneira geral, na quase maioria de nós, os chamados seres humanos: o egoísmo, a incapacidade de se colocar no lugar do outro, o individualismo exagerado, a falta de empatia com a dor do outro e, por último, e especificamente em relação a esse caso, por tratar-se de um filho, a burrice.
Independente da interpretação que você queira ter, isto é, pense você de forma mais objetiva, material, pense você de forma mais emocional, mística, espiritual, ou o que o valha, as plantações precisam ser feitas porque sem elas não haverão colheitas. Já falamos sobre isso aqui.
O que mais me espanta nesse caso em particular, são as pessoas envolvidas - mãe e filha -.
Não havia no relato nenhuma especificidade que caracterizasse um relacionamento difícil entre as duas; parecia tratar-se de um relacionamento dito 'normal.'  A questão que se estabelece aí é 'o que leva uma mãe a titubear em ajudar um filho a realizar um sonho?' Outro detalhe importante, trata-se de um sonho no âmbito profissional, estamos falando de uma adulta que quer e precisa (e a mãe expressou esse entendimento atestando que a área da filha está difícil por aqui), alavancar sua vida profissional, não estamos falando de alguém que quer conhecer a Disney!
E por falar em burrice, palavra feia e carregada de preconceito que usei no parágrafo acima, essa expressão caracteriza, por duas razões, a atitude da mãezinha: uma, por, ao deixar de ajudar a filha, poderá afastá-la de modo irreversível dela, e outra por questões corriqueiras da vida, envolvendo o futuro; hoje ela ajudaria a filha, quem sabe em um futuro breve ela não seria ajudada pela mesma?
É estarrecedor o egoísmo do ser humano! Dificultar ou até mesmo querer impedir o crescimento, a satisfação, e em ultima instância, a felicidade de um filho por querer mantê-lo por perto! Que pessoas são essas? Do que elas se alimentam? O que elas conseguiram, apesar da idade, aprender da vida? Aprender aqui no sentido de apreensão, captação, assimilação. Os anos acumulados não as permitiram desenvolver nenhum tipo de inteligência (volto aqui de forma inversa com aquela palavrinha mas é o que realmente penso) ou sensibilidade?
Lamentável tudo isso. A vida de uma forma ou de outra cumprirá o seu traço. A filha terá que suplantar a falta de ajuda da mãe. A mãe terá que se preparar para seu triste futuro em relação à filha: a solidão. A natureza ensina que quem planta pode ou não colher pois são muitas as variáveis envolvidas mas em geral, quem planta e cuida, colhe! Quem se recusa a fazê-lo, sofrerá certamente as conseqüências.