Nós, os seres humanos, reclamamos muito. Pensando
bem são poucas coisas que muitas vezes temos que suportar perante todo o
sofrimento que existe por aí. Não temos nem noção de quantas pessoas sofrem por coisas muito
mais difíceis e sem solução do que aquelas com que nos defrontamos diariamente. Se
nos lembrássemos que quase tudo tem remédio, ficaríamos mais calmos e
confiantes.
Surgiu-me
uma ideia de que em momentos de apatia e desânimo, quando achamos que uma
situação ou problema não tem solução, poderíamos listar ocorrências que já
enfrentamos e que, apesar de também terem sido difíceis no momento, superamos
ou pelo menos passamos por elas. Esse exercício é simples, porém infinitamente
eficaz, pois dessa forma nos damos conta de que quando precisamos, sabemos
acionar nossos próprios recursos pessoais para lidar – e superar – problemas.
Todos os
dias, na prática clínica, deparo-me com pessoas nesse contexto, onde apesar de
uma situação difícil ou problemática se apresentar, ainda problematizam mais complicando
e assim dificultando sua solução.
Por que
nossa primeira tendência frente a um problema é negativar uma possível solução?
Certamente não é porque gostamos de sofrer. Nós, os seres humanos, temos uma
tendência à felicidade. Queremos e lutamos por ela. Então por que será que agimos
assim? Penso que seja porque não conseguimos no momento da situação-problema
descobrir nosso “poder” em enfrentar e vencer a situação. E, como em nosso
cotidiano não convivemos sempre com alguém que nos indique ou sinalize esse nosso
“poder” – as pessoas com quem convivemos podem não estar necessariamente interessadas em nossos problemas -, seria
interessante nós mesmos tentarmos uma forma de descobrir esse “poder”. Da
próxima vez que você achar que seu problema significa o fim do mundo (do seu mundo) recorra à lista. Tente. E depois siga firme frente à solução.
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