domingo, 3 de março de 2013

"I Do not Know What Their Parents Did"

               

                   "Não sei o que seus pais fizeram". A frase acima foi dita pela personagem de Julia Louis-Dreyfus, Elaine, de Seinfeld, quando dirigia-se à George, o complicado e super-neurotizado personagem de Jason Alexander.
              Comecei a perceber que estamos cercados de "Georges", pessoas que conseguem problematizar ainda mais o que já é problemático.
              Sempre refletindo naquela linha de que estamos aqui e agora para simplificar e não para complicar, penso na energia desperdiçada quando insistimos em maximizar nossos problemas, atribuindo-lhes características como "únicos", "sem solução" ou 'inéditos".
Nossa primeira tendência como ser humano é sempre olhar primeiro a dificuldade, o não, o perigo e tudo o mais que for negativo, antes de focar primeiro na tentativa de solução, no otimismo, nos recursos internos que todos nós temos e que podemos acionar quando precisamos. Parte desse funcionamento pode vir de lá, da infância, das primeiras experiências com nossos pais. Se estes eram reclamões, negativos ao estilo de "oh céus, oh vida, oh azar", como a pessimista hiena Hardy do desenho de Hanna Barbera, certamente ficamos afetados como George que arrasta correntes ao percurso da vida, fadado ao fracasso, o emocional, que é o pior de todos. Nesse caso, se ficamos marcados, temos que prosseguir na análise e construir nosso próprio suporte emocional, algo que nos dê força e nos habilite a reconhecer mas também suplantar as dificuldades que certamente aparecerão. Como???
               Ajuda entender que ter dificuldades é humano, que viver uma vida toda sem elas é que é incomum. Então, pensemos que fazemos parte da maioria, de uma quase totalidade e esse status de "pertenço a um grande grupo de alguma coisa" já nos fortalece. Não é porque estou passando por uma tempestade, perdi um amor, o trabalho não é legal, alguém não me entende, que o sol não nascerá. Ele continuará despontando para acariciar a minha pele se assim eu permitir. Entender de-fi-ni-ti-va-men-te que nada é para sempre, que podemos nos desenvolver, melhorar e que ficar reclamando só atrasa esse processo. Podemos identificar o que nos trava, nos engessa, e partir para o ataque, isto é, levantar, organizar, abandonar antigos hábitos que nos impedem de atingir nossas metas, e se não a tivermos, começar por aí, tentar responder a pergunta: "O que eu quero para mim?". As marcas que possivelmente tenhamos "pegado" de nossos pais são removíveis, e muitas vezes mais fáceis de remover que as de alguma tatuagem que tenhamos feito e que depois nos arrependemos. Aller au travail!

Nota: À propósito, quando estava buscando uma imagem da hiena Hardy para ilustrar este texto, deparei-me com uma frase que achei interessante "Livre-se da hiena Hardy dentro de você". Vanessa Versiani. Completando: "E do George Constanza também".

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