segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Criança eu?



Quantas vezes fazemos coisas infantis? Mesmo depois de adultos, protagonizamos episódios dignos da primeira infância. Quando algo não sai da exata maneira como planejamos (mesmo que esse plano estivesse só na nossa cabeça), batemos o pé, fazemos biquinho e choramos. Ou nos revoltamos. E punimos. À nós e aos outros, protagonistas neste cenário de incompreensão.
Comportamentos assim aparecem pelo fato de inconscientemente acharmos que o mundo tem que se adaptar à nós e não o contrário. As pessoas existem para nos atender em nossas demandas mais íntimas; Detalhe: Elas não sabem disso, pois temos a pretensão de que o outro tem que adivinhar nossos desejos. E por essa razão, nem nos esforçamos em comunicar a que viemos, o que queremos e se temos condições de apelar para conseguir o que queremos. Nem sempre o que eu quero é exatamente o que o outro quer, ou no mesmo instante que o outro quer. 
Desde pequeno, o bebê encontra uma forma particular de se comunicar com a mãe a fim de obter o que para ele naquele momento são os bens mais preciosos: Alimento, carinho e aconchego. À medida que o tempo passa, outras formas de comunicação vão surgindo, já com o uso da linguagem falada, dos gestos, do toque e com a exploração de todos os sentidos.
Na idade adulta, essa comunicação com as demais pessoas torna-se mais sofisticada; fazemos uso até de linguagem subliminar, onde entra em cena nosso inconsciente, porém, quando queremos ser entendidos em nossas demandas, devemos ser totalmente explícitos; não esperar que o outro tenha a 'grandeza' de adivinhar o que queremos ou mesmo o que nos aflige. A comunicação limpa, sem interferências (gritos, agressões, caras e bocas etc...) continua sendo a mais eficaz.
Não ter medo de encarar as circunstâncias, fazer uma leitura das situações, ser verdadeiro consigo mesmo, garimpar os próprios defeitos. Essas são atitudes adultas que nos impulsionam em direção à desvendar o que ainda está latente, a compreender a si e ao outro, a avançar.
Quando perdermos tempo e energia nos chateando com o que não saiu do nosso 'jeito', esquecemos de crescer, de melhorar; nos perdemos em lágrimas, desenvolvemos uma postura perdedora onde ninguém ganha, onde predomina a eterna carência daquela criança que habita em nós e que por vezes teima em reaparecer. 


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