quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

É Hora de Acordar



O tempo vai passando em uma velocidade que não conseguimos acompanhar. Horas, dias, meses, anos, décadas! A vida realmente é um sopro; nascemos e, colecionando aniversários, quando se vê, lá se vão anos, lá se vai uma vida!
Por conta dessa rapidez com que nossa vida passa, cabe perguntar o que estamos fazendo com ela.
Será que estamos levando tudo com excessivo rigor, excessiva preocupação, sem nos dar chance de funcionar realmente da forma que queremos?
Quantas vezes, ao analisar nosso dia, situações que acontecem com nossos próximos, não percebemos que muito do que ocorreu foi desnecessário? Quantas vezes 'forçamos a barra' para que algo aconteça ou, ao contrário, negligenciamos de forma a não acontecer o que queríamos?
Será que não ficamos demasiadamente ocupados fazendo planos e esquecemos de realizar o que é viável? Até quando construiremos grandes fantasias e deixaremos de viver o aqui e agora?
Na interface entre vida e morte temos todas as explicações que precisamos para entender e privilegiar os momentos que realmente deveriam valer a pena e descartar os momentos que em nada acrescentam, ao não ser estresse, raiva, insatisfações, distanciamento de pessoas que valorizamos etc. Sem perceber, levados por uma ansiedade difusa (pra que?), irmã de um desconforto que domina tantas situações que eram pra ser prazerosas somente, desprovidas de qualquer tensão, nos deixamos levar por uma grande gama de coisas que não tem importância, no sentido de agregar valor à nossa vida.
Às vezes parece que não temos consciência de nossa finitude. Ou por não determinarmos um mínimo 'projeto' de vida, ou por um movimento oposto, deixarmos a ilusão do controle dominá-la. Sabemos que um dia morreremos mas esse assunto não nos agrada, e por esta razão, parece que cria-se um tabu em torno dele a tal ponto que construímos uma reação neurótica que nos impedirá por muito tempo desse confronto. Em uma primeira análise, parece que esse funcionamento nos protege, porém, esta é apenas uma falsa impressão. A verdade é que ele nos leva a um grau de alienação tão grande que ofuscará a única forma que temos para conviver melhor, de forma menos dolorosa, com a ideia de que um dia tudo acaba - ou melhor, nós acabaremos -, que é reconhecendo esse fim. 
Ultrapassando essa etapa - a da negação - e alcançando essa outra - a do reconhecimento da finitude da vida -, conseguimos ser mais leves, mais dispostos a valorizar o que realmente importa, descartando as inutilidades, privilegiando o contato humano. Percebemos assim que, nas coisas banais que estão disponíveis a qualquer tempo e hora, podem concentrar-se os maiores mistérios da beleza da vida e do viver. Como disse o poeta: "Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido". Fernando Pessoa.

2 comentários:

  1. De repente já é sexta-feira.
    De repente já é Natal.
    De repente mais um ano se foi, e você ficou ai parado apenas querendo mudar sua vida.

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  2. Não espere pelo epitáfio!

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