A Atriz Jodie Foster e a Fotógrafa Alexandra Hedison - Foto Revista Veja SP. |
A despeito de toda a 'força' que a mídia tem dado no sentido de tratar com respeito e sem preconceito o amor entre pessoas do mesmo sexo, que todos nós, mortais, cristãos ou não, sabemos que é bíblico, histórico, possivelmente pré-histórico etc... ainda temos pessoas que sofrem - e muito - em função de sua escolha sexual. Nem aprecio o termo 'escolha sexual'; uso-o para efeitos puramente didáticos. O termo correto seria escolha afetiva, amorosa, por 'totalizar' por assim dizer, a questão. O termo 'escolha sexual' carrega, de forma inerente, um certo preconceito, pois relacionar-se com outro alguém, transcende o aspecto sexual. Inclusive esse termo, por si só, banaliza o amor ai envolvido.
Admitir e aceitar o diferente é, para a maioria das pessoas, em qualquer aspecto, difícil. Na esfera da sexualidade então, tudo fica mais complicado; é como se, ao perceber o mundo de uma forma mais global, as pessoas sentissem a necessidade de desenvolver alguma tendência. Calma! Ninguém precisa se desfazer de suas 'certezas' ao admitir as escolhas alheias, ao aceitá-las. O que queremos afinal? Viver num mundo de faz de conta, em uma bolha, onde só o que eu gosto, o que eu quero, o que eu admito existe, ou vamos viver em um mundo real, complexo, completo, que congrega diferenças de desejos, de opiniões, de afetos, de ideologias, de filosofias etc...? Por que ao invés de tentar dar sentido aquilo que não é seu, é do outro, faz-se questão de desqualificar, tornar objeto de repúdio?
É nessa interface entre o desejo e uma sociedade preconceituosa que se estabelece o sofrimento psíquico do indivíduo que ainda não consegue lidar publicamente com sua homossexualidade. Pesquisas indicam que a aceitação da homossexualidade depende do contexto social em que a pessoa está inserida, ou seja, quanto mais preconceituosa a sociedade, mais sofrimento para aqueles que ainda não conseguiram ultrapassar essa barreira. Amar não deveria ser tão complicado. Principalmente se cada um cuidasse de seu amor, de sua forma de amar e investisse tão somente nisso e não na forma de amar do vizinho...
Curioso perceber que muitos dos que 'criticam' homossexuais são mal resolvidos a cerca de sua própria sexualidade. Aquele velho complexo de 'não posso, ele (ela) também não'. Ser feliz parece ser, nesse cenário, privilégio de poucos. Dos que se assumem, dos que não têm medo, dos que não tem tempo a perder com os olhos críticos de pessoas que estão sempre de plantão para patrulhar a felicidade alheia. É privilégio daqueles que se concentram tão e unicamente no que querem para a própria vida. E viva o amor!