Todos nós temos dias bons e ruins. Faz parte de nossa trajetória na vida experienciar oscilações de humor, de contentamento e da sensação daquilo que chamamos felicidade.
Contudo, existem pessoas que parecem predestinadas a serem infelizes. Elas sentem-se sem perspectiva, como se algo de ruim sempre as cercasse. Apresentam dificuldade em discriminar que, em meio à situações negativas, entrelaçam-se também situações positivas.
Não há como passar na vida incólume aos sofrimentos. Estes fazem parte do viver. Viver, aliás, implica riscos e estes potencializam a chance de sofrimento. Mas, o que vem a ser sofrimento? Como conceituá-lo, como identificá-lo, como superá-lo?
Sofrimento vem a ser algo que produz determinado nível de insatisfação acompanhada de dor emocional, seja em forma de angústia, seja em forma de tristeza.
A capacidade de lidar com os inevitáveis sofrimentos da e na vida, indicam o nível de felicidade de uma pessoa.
Ao entender os percalços do caminho, ao descobrir maneiras assertivas de lidar com a dor, conseguimos nos fortalecer e diminuir o olhar atento e focado naquilo que nos atinge desviando para situações positivas que sempre existem mas que a visão turva não deixa identificar.
Não sugiro entrar em um jogo neurótico fingindo que a vida é um mar de rosas, onde tudo é lindo e maravilhoso. De maneira alguma! O segredo é assumir as dificuldades e tentar superá-las com os recursos disponíveis, lembrando que os mais eficazes são os que estão mais à mão: Os nossos próprios recursos internos, nossa capacidade de reação às dificuldades.
Pessoas cronicamente infelizes, se não têm motivos para se sentir assim, os criam. Se os têm, elevam à quinta potência, vestem a capa de vítimas eternas e assim seguem a vida. Não perdem uma oportunidade de exercitarem qualquer ação que concorra para sua baixa auto estima a fim de perpetuar sua condição de eternas almas desamparadas.
É difícil assumir seu movimento psíquico, enxergar além das intermináveis queixas, fazer o 'jogo do contente'.
Pessoas infelizes têm imensas dificuldades de relacionamento; com as pessoas e com o mundo que as cercam e que as envolvem. Ao perderem a chance da troca emocional com seus pares (os outros seres que aqui vivem e também sofrem, e também amam, e também se decepcionam, e também são felizes...), criam um mundo empobrecido emocionalmente falando, criam uma armadilha para si mesmas onde presas ficarão até despertar para a realidade que a riqueza da vida está na sua globalidade e seus contrários, uma vida onde existe sim dor e tristeza, mas também existe prazer e alegria.
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