O inconsciente é mesmo uma figura!
Não no sentido literal, como algo material, desenhado, mas no sentido como usamos a palavra na gíria e está explicado no dicionário. "Figura: algo ou alguém que se destaca."
Somos em parte comandados por ele, e não adianta discordar! Quem se julga extremamente racional, totalmente objetivo, controlador total de sua vida, infelizmente está a anos-luz atrasado!
Existe uma força que habita em nós, ou melhor, que nos constrói, chamada inconsciente!
Ele tem a principal função de promover o equilíbrio das nossas necessidades psíquicas, as quais damos o nome de desejos.
Quando Freud, ao abandonar a hipnose, propôs à seus pacientes, que lembrassem do fato traumático que poderia ter originado o sintoma ou sintomas por eles apresentados, estabeleceu-se ali, a importância do inconsciente.
O inconsciente é a nossa caixinha das verdades. Ele é sábio, tem uma coerência própria e está pronto para nos preparar ciladas as quais, mais tarde, conseguiremos enxergar suas 'boas intenções.'
É como um fenômeno da natureza que, por mais que em uma análise inicial e precipitada, vemos tão somente prejuízos, em uma análise mais cuidadosa e detalhada, conseguimos ver o que está 'por trás' daquelas manifestações e o que elas querem nos 'ensinar'. É como se tivéssemos que decodificar mensagens e após este árduo trabalho, ganhar nosso prêmio: viver melhor.
A vida é breve, não estamos aqui a passeio, estamos a serviço! A serviço próprio, como self-service, em inglês! Como exemplo, cito que, às vezes permitimo-nos ser meros objetos decorativos na relação afetiva, mas ele - o inconsciente -, não perdoa! Mais tarde, nos apresentará a conta, por vezes caríssima, a pagar. Neste exemplo, uso a 'conta caríssima' porque, mesmo que você queira, seu 'pagamento' não pode ser feito de pronto. É algo espaçado ao longo de um determinado período que pode estender-se, no caso em questão, levado a futuros relacionamentos. São malas e kits que carregaremos por um longo período até entendermos os significados ocultos daquelas ações que nos permitimos fazer. É como um preço que se paga pela desatenção, pela falta de cuidado, de carinho com nós mesmos. Vai parecer (muito) estranho o que vou dizer, mas, se você tiver que escolher a quem fazer mal, do ponto de vista psíquico, escolha o outro, nunca você! Quando eu desrespeito meus desejos para atender o desejo do outro, a punição é severa! Os sintomas surgem, desabrocham, crescem, pululam...
A boa notícia é que, ao desvendar todo esse enigma, ganha-se, quase para sempre, um savoir faire para toda a vida! É como se ficasse implantado em nós, um chip que nos permitirá evitar cair em novas ciladas; conseguimos apurar nossas escolhas, nos blindamos a futuros fracassos. Ganhamos como bônus pelo sofrimento passado, o desenvolvimento dessa nova habilidade. O inconsciente é como o seu melhor amigo: ele é sincero, não está ali para massagear o seu ego mas lhe ajuda a crescer, o que na vida, é inevitável!
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