sábado, 5 de março de 2016

Ser O Que Se É



Não há como passar por esta vida sem, amando, ter tido problemas de alguma natureza. Relacionar-se com o outro inclui administrar diferenças, nem que estas sejam mínimas.
Quando a pessoa associa amar com agregar, crescer, ser feliz, ter tranquilidade, formar parceria, e muitas outras situações que resultam em positivas, o amor parece valer a pena. Quando, ao contrário, o amor resulta mais em problemas do que em contentamentos, é hora de verificar a valia da relação.
Muitas bobagens já foram faladas por poetas acerca do amor; uma delas foi cunhada como: "é impossível ser feliz sozinho." Tom Jobim. Não. Não é impossível ser feliz sozinho, porém inegavelmente, uma parceria amorosa bem estabelecida, aquela que traz mais felicidade do que ansiedade, mais acréscimo do que diminuições, é certamente bem-vinda!
Na vida afetiva, não precisamos encontrar uma alma gêmea; quase sempre, uma alma já basta! Caras-metades não existem, pois pressupõe a incompletude do ser, além do que impõe uma carga enorme de responsabilidade ao outro, no relacionamento; se sou metade, espero que o outro me complete e, definitivamente esta não deve ser a meta de ninguém em um relacionamento, completar nada nem ninguém.
Infelizmente, muitas pessoas, mesmo inconscientemente, criam essa expectativa em relação a seu par afetivo, o que sem dúvida sobrecarrega o relacionamento, já que ninguém pode ser responsável pela felicidade de alguém que não a dele próprio.  
Ao dar-se o encontro afetivo, o ideal seria deixar correr solto, fluir, até mesmo para avaliar a condição do relacionamento se desenvolver a contento para os dois. Mas não, na etapa inicial do relacionamento, grande parte das pessoas faz joguinhos com o objetivo de querer impressionar o outro. Como digo, ninguém manda imprimir seus defeitos em um cartão pessoal; estes, ao contrário são camuflados ou mesmo propositadamente escondidos. Fingir algo que não se é nunca dá certo, pois o tempo tudo revela. Aí os problemas começam... Ainda bem, pois aquilo que começa tem chance de terminar, mas, ao desnudar o verdadeiro eu, damos oportunidade que o outro nos veja como realmente somos, sem disfarces. Fingir é adiar o inevitável. Fingir é perder tempo. Em um grau elevado, faz com que as pessoas se distanciem de quem elas são na verdade! Fingir demasiadamente adoece!
A riqueza dos relacionamentos, a despeito de qualquer perspectiva romântica do amor, a despeito do prazer ou sofrimento que eles podem vir a proporcionar, é a troca que eles permitem. Não é impossível ser feliz sozinho. Mas o amor, este é realmente fundamental!












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