sexta-feira, 27 de janeiro de 2017

Insegurança


Creio que em sua origem, o ser humano é realmente inseguro. Isso vale para todos.
Ao longo da vida, vamos construindo relações e através delas ativamos nosso sistema de segurança. Se seus pais funcionaram como facilitadores desse processo, promotores de uma saudável autoestima, certamente você será uma pessoa minimamente segura. Caso contrário, aí começam os problemas.
Observo muitas pessoas que têm uma necessidade imensa de auto-afirmação. São aquelas pessoas estilo 'não deixam passar nada', tudo é razão para um contra-argumento. Essa é uma atitude infantil, como quando crianças, em brincadeiras, sempre queremos ter a última palavra.
Na infância esse funcionamento, entre iguais, é normalmente bem tolerado, porém essa atitude na vida adulta aborrece e afasta as pessoas que são vítimas desse comportamento. Principalmente quando essas pessoas vítimas não tem porque suportar essa condição ou quando as mesmas já possuem um esclarecimento que não lhes permite entrar em confrontos baratos. Naquela fase da vida onde compreende-se que é mais inteligente somente lutar as grandes batalhas e não mais as picuinhas do dia a dia.
Antes que você se pergunte o que uma coisa tem a ver com a outra, ou seja, o que insegurança tem a ver com a descrição acima, eu respondo: TUDO!
Pessoas inseguras são aquelas que têm necessidade de confronto eterno. Desperdiçam tempo e energia com intermináveis observações, querendo com isso tanto chamar atenção dos circundantes para si, quanto alimentar seu frágil ego.
Tem tratamento? Tem solução? Sim!
Começando, como quase sempre, pelo exercício do reconhecimento desse funcionamento. Passar a vida sem se olhar é como passar a vida bobamente. Por esta razão que muitas vezes, relacionamentos terminam sem ao mesmo as partes envolvidas perceberem o porquê. A pessoa vítima simplesmente desenvolve uma necessidade imperativa de afastar-se e a pessoa agente, envolvida em sua cegueira, não consegue impedir a aceleração desse comportamento autodestrutivo e destruidor do próprio relacionamento.
Isto porque, quem muito insiste em estar sempre certo, em ter a última palavra, tende a ficar só. Agindo desta forma, a mensagem que passamos é que não precisamos de ninguém, logo, se não preciso de ninguém, devo ficar só. Este é um comportamento que indica a auto suficiência. Quem é mais atento sabe que esta é uma condição que não existe. Somos todos humanos. Seria bom se percebêssemos que nossa condição humana, nos faz querer dividir, interagir, trocar. Como diz o ditado: 'quem muito se acha, tende a ficar perdido'. E eu complemento: 'sozinho.'


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