terça-feira, 14 de março de 2017

Viver Sem Pressa

Por que existem pessoas que simplesmente não conseguem parar? Por que a vida tem que ser tão agitada? Será que realmente existiria essa necessidade ou nós criamos isso inconscientemente para atender ao que nos foi ensinado como correto? "Deus ajuda quem cedo madruga", ouvimos duzentas milhões de vezes...
Toda essa agitação está nos levando à ciladas. Não conseguimos ficar calmos, confundimos produção com tempo destinado às tarefas, confundimos quantidade de coisas a fazer/feitas, com resultados positivos. Por que temos que sempre estar fazendo alguma coisa, inclusive nos feriados? Já nos perguntamos qual o custo de tudo isso?
Viver é simples e complicado. Simples porque na origem é simples. Respiramos, vivemos, estamos aí! Complicado porque sofisticamos; porque somos uns bestas preocupados com tantas coisas e a imensa maioria delas nem nos pertencem; são heranças malditas que insistiram em nos passar em um processo chamado de ‘educativo’ mas que no fundo paira a perversão! Complicado porque parece que queremos agradar a todos: pais, filhos, chefes, amigos, os flanelinhas da rua, pessoas que fazem serviços para nós, pares afetivos. Assim, não dá pra ser feliz!
É impressionante como podemos reproduzir algo que não gostamos e que até mesmo nos maltrata! Todo cuidado é pouco...
Temos um caminho imenso a percorrer. É chegada a hora de mudar. Temos que desenvolver a consciência de que temos que privilegiar nossos desejos e necessidades. Não estamos sendo ninguém, quando vivemos nos desrespeitando, quando não fazemos nada do que queremos; mas, principalmente, quando fazemos muitas coisas que não queremos fazer, o que é muito pior! Não somos crianças regidas pelo Princípio do Prazer que aponta uma visão hedonista da vida, onde tudo é maravilhoso, porém precisamos ir em direção ao Princípio da Realidade, onde assim, poderemos capitular o que nos atinge e encontrar um meio termo onde possamos viver de forma menos dolorosa; se o que nos move é ‘fugir da dor’, não podemos nem devemos negar. É pouco? É! Mas esse reconhecimento é um primeiro passo, o começo que  precisamos, para quem sabe um dia, possamos ir em direção ao prazer.

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