sábado, 22 de março de 2014

Precisamos de Abraço



Sem querer desmerecer o beijo, sobretudo em sua função erótica, sempre achei o abraço algo mais envolvente, devido seus 'componentes' serem mais, digamos assim, completos.
O psiquiatra francês Michel Lejoyeux, detendo-se a estudar o abraço, deparou-se com uma pesquisa realizada no Japão, onde foi observado o efeito 'calmante' do abraço tanto em bebês humanos quanto em animais (leões bebês). Os estudos prosseguem na direção de afirmar os benefícios que esse contato físico (o abraço) promoveria, por exemplo, em pacientes cardíacos, no sentido de alterar positivamente os batimentos do coração.
Atualmente vivemos em um contraste ao se tratar de Ciência. Por vezes apreciamos uma enorme flexibilidade e aceitação de terapêuticas alternativas, principalmente no estágio último da condução de algumas patologias, quando 'de tudo já foi tentado'; nessa situação, parece haver um 'afrouxamento' dos radicalismos científicos, tanto por parte de profissionais que conduzem o caso, quanto por parte da família, tomada pelo desespero de perder alguém querido. Nesse momento pode tudo, tudo deve ser tentado, tratamentos em teste inclusive. Outras vezes, narizes são torcidos até para especialidades já reconhecidas legalmente pelo Conselho Federal de Medicina, como a Homeopatia. Estes são os seres humanos, apresento-lhes!
Concentrando no assunto que me interessa, o abraço, é sabida a necessidade de contato que temos. Ela é por assim dizer, ancestral. Desde os tempos das cavernas, mantemos contato, encostamos, pegamos, puxamos, esfregamos e tudo o mais que impulsione e faça vibrar nossos sentidos em sua completude, aí incluída também a atividade sexual. Tudo que é relativo ao contato parece funcionar como um regulador natural de nosso psiquismo. Por que não conceber então, que o abraço possa ser uma espécie de remédio para alguns de nossos muitos males físicos e emocionais? De tão natural, de tão simples, de tão 'à mão', poderia e deveria ser utilizado em larga escala, sem contra indicações. Por que não? Preconceito, medo, problemas piores como os TOCs da vida, que tanto nos impedem de trocar com alguém que talvez esteja disposto, querendo e precisando do mesmo que nós? Seria bom, cada um, de forma única e subjetiva, tentar identificar qual a necessidade desse poderoso remedinho... Comentário final do Dr. Lejoyeux: "Imagino o dia em que poderei prescrever a dose diária de abraço naqueles que amamos". Só complementando, creio que nosso trabalho deva ser o de orientar, chamar a atenção para esse 'tratamento', quanto à dose, quem melhor sabe, é a própria pessoa.

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