segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Os Homens Idealizam o Amor?





Estatisticamente, ainda hoje, parece ser o sexo feminino o mais atingido em idealizar o amor. Apesar de todas as conquistas das mulheres na condução de suas próprias vidas, o amor ainda é um aspecto idealizado pela maioria delas.
Precipitadamente pode-se pensar que, ao contrário, os homens não tem um ideal de amor. Grande engano! Os homens também idealizam a parceira ideal. E ela não é comum, não! Muitas vezes exigentes, outras desligados ao extremo e, ao firmar um relacionamento mais sério, estilo 'casamento', acabam, como grande parte das mulheres vendo seu 'ideal' não se confirmar.
Certa vez em uma palestra, o psicanalista Contardo Calligaris falou que casamos (falava de homens e mulheres), para culpar o outro pelo que não conseguimos ou conseguiríamos realizar. Funciona assim: "Por causa de vc não fui trabalhar naquela empresa; por sua culpa engordei; por sua culpa não tenho amigos". Completo: Por sua culpa não sou feliz!
Sim, porque esse é o resultado número 'um' das idealizações: As decepções!
Seres humanos são falhos, sempre seremos. Quando imaginamos um ser idealizado, como em uma grande fantasia, estamos 'quase' certamente fadados à decepções.
No caso do ser 'masculino', é sabido que quase 100% deles são criados para serem 'super'; não 'super- alguma coisa', mas sim 'super-tudo'.
Por conta dessa imensa expectativa que os pais 'jogam' para seus meninos, na construção desse ideal do amor romântico, a figura feminina, sua parceira, invariavelmente deverá corresponder à essas expectativas. Para ampliar ainda mais a complexidade dessa questão, tem-se as expectativas dele sobre ele mesmo; o que ele desenvolverá, o que ele conquistará (ou não, tanto pior), na vida. Aliás, é por isto que muitas vezes conseguimos facilmente rastrear pessoas aparentemente sem nenhuma razão para serem infelizes (portadores de dinheiro e sucesso), mas imensamente infelizes em seu mundo interior, como se algo não 'batesse'. Vivem uma difícil relação com o mundo concreto que os cerca e para manterem-se "ajustados", utilizam-se das diversas promessas de felicidade disponíveis, incluídas aí drogas ou álcool em excesso. Como se não conseguissem 'segurar a onda'.
Será que esses homens, imbuídos em sua maneira de gerir seu próprio mundo, conseguem observar o que eles tem (ou teriam) a perder ou a ganhar, agindo de uma ou outra maneira?
Todas essas questões influenciam e definem como o homem idealiza o amor. O que se 'espera' dele, aí incluídas as expectativas maternas e as expectativas do social que o cerca, amigos, concorrentes e até desafetos (isso, muitos deles, homens, são chegados a impressionar até seus desafetos; quanta complicação!). Parece que assim fica mesmo difícil ser feliz.

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